domingo, 30 de outubro de 2011

NAVEGO SAUDADE



A claridade de mais um dia,
impõe-me a tua presença
e o teu nome vêm-me á boca,
sem que o queira...
Páro no vazio e sinto-me pulsar.
Deste-me a solidão de dias inteiros
e o silêncio que quebra na maré cheia.
Espero por ti!
A minha esperança mora no vento e maresia.
Trazes nos dedos,
sombra, silêncio e segredos
de uma perfeição exaltadora.
Separa-nos uma lua bordada de astros
e um mar de Deuses e sereias.
Os instantes dos teus olhos parados em mim,
parecem-me eternos...
Sinto a dançar como ondas,
as ansias do teu regresso
e vejo crescer a paixão,
que sem ti, não conhece alívio.

PatríciaR (Setembro 07)

Para trás deixaste o aroma azul
que do teu sorriso desperta.
Salpicos de espuma,
assaltam o meu coração e
fazem-me rir á toa.
És razão de contemplação e espanto.
Inquietação e sobressalto,
e adoro sentir-te assim!
A tua beleza enaltece
quando estamos sós e me fintas.
Os segredos que trazes nos dedos,
descobrem-se em súplicas e desejos.
Arrepio. Deliro.
Anseio pela tua boca e quero-te!
Sabes que te quero!
A luz de velas,
escorre sobre a água quente,
que nos aguça os sentidos
e nos transforma num só ser.
Gestos de deleite.
Toques e requintes de prazer...
Que eu te dou...
Que tu me dás!
O tempo parou neste lago,
onde o sonho de ninguém, habita.
Há o silêncio.
E contemplo-te mais uma, e outra vez.
Estás tão bonito hoje.
Vejo o teu perfil na sombra desta luz fosca,
que aquece...
As tuas mãos, ou o teu cabelo...O teu olhar.
A tua pele nua.
O teu corpo á minha espera...
O teu rosto vive dentro de mim-
Lindo! Feito de luz!
Na volúpia desta noite,
brindamos e bebemos licores afrodisíacos,
e vivemos orgasmos,
em palavras e dialectos só nossos.
Depois...relaxados, satisfeitos...
Procuramos a doçura
e o embalo de um abraço.
Aninhamo-nos no descanso
da ternura que criámos e,
ritmados pela respiração um do outro,
Somos o LUAR das noites calmas.
PatríciaR 11 Setembro 07 11:40H

A Epera

A tua ausência dói-me.
Uma dor que não fala,
mas que cresce com o escurecer do dia.
Espero.
Passa e corta-me como lâminas,
O tempo, que já não volta.
Quem dera não perder tantos momentos.
Estes momentos,
Em que tu, és simplesmente tu
E eu... não sei bem o que sou...
Ouço-me no silêncio, mas não me quero ouvir!
Temo a verdade do que sinto
E recuso esta condição.
Se sonho em ser livre,
Porque não penso agora em outra coisa
senão ser tua?...
Ou sentir-me tua?...
A noite vai descendo,
muda e calma
e eu... sufocando em mais um dia vão.
Sinto a tua distância
E a dôr de ser quase esquecida.
Dói outra vez.
Procurarei da vida, mais do que ela me pode dar?
Para quê seguir o amor, quando ele me mente?
Serei eterna sonhadora
deste castelo que se desmorona,
só com a brisa... com um leve vento...
Mas em cada momento,
Farei de tudo para Sentir -
Para me sentir!
e hoje meu bem...
Não me sinto...

PatríciaR (27Outubro 07)

A paixão que não sentes,
vive em mim, de forma tão quente
que me espanta.
Assim como me espanto
quando me dói, e tolero.
Quando quero gritar, e calo.
Quando te quero amar,
e rejeitada, viro-me e tento adormecer...
Quando o teu atraso me desespera,
e sorrio quando te vejo chegar.
Espanta-me o que sinto
e porque o sinto.
Vivo em sobressaltos de amor e desilusão,
porque ora estou no topo de mundo,
ora este me esmaga e me destrói aos poucos.
A dor que sinto, queima,
Mas não me desarma!
Não desisto, porque a benção do amor que sinto
É maior!...
... Tão maior!

PatríciaR (Novembro 07)

O teu rosto em mim



O teu rosto é tudo o que tenho
nesta manhã cinzenta de chuva.
O teu rosto, que atravessou toda esta noite,
as estrelas e a lua
e que fica em mim, de tarde,
pela tarde,
até chegar outra noite e
mais uma manhã...
Há a ausência. O vazio. A lembrança
e o desejo de voltar a sentir
tudo o que de bom já vivemos juntos.
O meu peito reduz-se a nada,
porque não estás ao meu lado agora.
Neste momento não sou nada...
Não ouço palavras,
mas vejo os teus lábios
e sonho com a ternura e o amor que queria que dissesses.
Não sinto os teus dedos - pétalas,
mas este arrepio frio de não te sentir.
Tocam-me as horas que passam
e me acompanham,
manhãs, tardes e noites a fio,
os instantes em que te espero
e a esperança de te ver chegar.
Mas tu não chegas...
Parece que nunca chegas, quando o meu amor
mais precisa de ti.
A tristeza reflecte-se no meu rosto-
sei que não te agrada...
Luto, mas não sou capaz.
Toma conta de mim.
Ando perdida no que sou
e hoje? o que serei eu afinal?
Este amor é tudo o que existe-
é um tesouro. E é teu!
Mas o tempo não pára...
e tu, onde estás?
Perde-se no espaço, instantes deste amor
que não tem sentido quando não estás.
Paro.
Há o teu rosto. O cabelo. Os olhos.
Estás em mim, ainda que não o saibas.
A ansiedade de te ver chegar,
dá-me força para mais um dia sem ti...
outra tarde...talvez outra noite...outra manhã.
Vales mais que o sol a romper manhãs
e a água fresca, corrente nas veias de um rio;
Vales mais que as estrelas do universo;
Que a música de mil violinos...
Vales mais que todos estes momentos,
em que sozinha, espero por ti.
Vales tudo para mim!

PatríciaR (19 Dezembro 07)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Avô

As minhas lágrimas são para ti Avô.
O baço azul dos teus olhos,
eram a despedida da vida que carregavas Avô.
O teu sorriso a iluminar-te.
A iluminar-me Avô...
A tua mão firme e recta, áspera e meiga,
como tu Avô.
A saudade do teu toque...
A tua voz sussurra e eu aprendo Avô.
A tua navalha retalha o vazio do teu tempo.
E eu vejo-te Avô.
Caminhas tão lentamente e a medo...
e eu acompanho-te Avô.
O teu compasso é marcado pelo bater das tuas botas,
na calçada já gasta, como tu Avô.
O teu rosto tão bonito Avô.
O teu chapéu de chuva que te tras a sombra da despedida.
Eu vejo-te Avô.
Partiste tão depressa.
Mais rápido que o teu tempo.

E eu nunca te disse Avô...


Já não te vejo, mas todos dias o sinto -
-Amo-te Avô.