quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ao Miradouro de Sta Luzia


Noite serena. Noite descalça e tão minha,
Cuja calma me conforta.
Abraça-me o medo e tão forte desejo de
submissa, bater de novo á tua porta.

Afogo as lágrimas deste olhar triste,
no silêncio do tejo corrente.
Ai! O teu olhar é ainda tudo o que existe
e a tua voz, o som desta brisa quente.

Em soluços, vejo ao fundo
As labaredas que saem do meu coração.
São tantas!Tão fortes! tão acesas!
Mas só eu as sinto...Pena que tu não.

De uma janela, aconchega-me o fado
que vem e fica na minha companhia.
Rogo ao céu o que mais quero:
"Ajudai-me por favor, Sta Luzia!"

Choro por fim em desgosto,
o milagre que a Santa me fez ver:
Por mais que mereça ser feliz,
O teu Amor, nem eu, nem ninguém, irá ter.

PatríciaR

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